
O Brasil fechou o mês de março
de 2022 com a criação de 136.189 empregos formais, segundo balanço do Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) apresentado nesta quinta-feira
(28) pelo Ministério do Trabalho e Previdência. O número é menor do que os
153.431 empregos novos gerados em março do ano passado. O saldo de março último foi
resultado de 1.953.071 contratações menos 1.816.882 de demissões. O estoque de
empregos formais, que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos no
país, encerrou março 41,2 milhões de empregados, variação de positiva de 0,33%
em relação ao mês anterior. No acumulado do ano de 2022, foi registrado saldo
de 615.173 empregos, decorrente de 5.820.897 admissões e de 5.205.724
desligamentos. "Este é o terceiro mês
consecutivo que verificamos um crescimento na criação de novos empregos",
destacou o ministro José Carlos Oliveira, durante apresentação do resultado.
"Nos permite sonhar em um número acumulado no final de 2022 superior
àquele que havíamos programado, que era cerca de um milhão de novos
empregos", acrescentou. 

Os dados mostram que saldo
positivo do nível de emprego em março foi registrado em quatro dos cinco grupos
de atividades econômicas. A maior parte, no total de 111.513 novos empregos,
foi gerada no setor de serviços, distribuído principalmente nas atividades de
informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e
administrativas. O setor de construção civil
foi o segundo que gerou mais empregos em março, com saldo positivo de 25.059
postos de trabalho, seguido pela indústria (15.260 novos empregos) e comércio,
com saldo de 352. O setor de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e
aquicultura teve saldo negativo de geração de empregos, com 15.995
desligamentos a mais do que contratações.
Regiões
Em termos regionais, o mês de
março teve saldo positivo de empregos em quatro das cinco regiões geográficas
do país. No Sudeste, foram 75.804 novos postos de trabalho, seguido pelo Sul,
com 33.601 vagas; Centro-Oeste, que gerou 33.601 empregos e Norte, com saldo
positivo de 9.357 vagas. No Nordeste, o saldo da geração de empregos ficou
negativo, com desligamento de 4.963 postos em relação às contratações. A
explicação do ministério para o saldo negativo no Nordeste é o período de
desmobilização do setor de cana-de-açúcar, especialmente nos estados de
Sergipe, Pernambuco e Alagoas, com demissão de trabalhadores temporários.
Em março, 23 das 27
registraram saldos positivos na geração de empregos. Os estados com melhor
resultado foram São Paulo (34.010 postos), Minas Gerais (27.452 postos) e Rio
Grande do Sul (13.744 postos). Já os estados com piores saldos, em que houve
mais demissões do que contratações, foram justamente do Nordeste: Sergipe
(-2.502 postos), Pernambuco (-6.091 postos) e Alagoas (-10.029 postos).
Salário
De acordo com os dados do Novo
Caged, o salário médio de admissão em março de 2022 foi R$ 1.872,07. O valor é
menor que o registrado em fevereiro, com um decréscimo de R$ 38,72, o que
equivale a uma variação de -2,03%. É o terceiro mês seguido que o salário médio
de admissão vem caindo no país.
Trabalho intermitente
Em março deste ano, o Novo
Caged registrou 25.600 admissões e 18.658 desligamentos na modalidade de
trabalho intermitente, gerando saldo de 6.942 empregos. Um total de 5.382 estabelecimentos
contratantes e 228 empregados celebraram mais de um contrato na condição de
trabalhador intermitente. Em termos de atividades
econômicas, o saldo de emprego na modalidade de trabalho intermitente
distribuiu-se por serviços (+4.842 postos), construção (+1.596 postos),
indústria geral (+733 postos), agropecuária (-9 postos) e comércio (-220
postos). Em relação ao trabalho em
regime de tempo parcial, foram registradas 21.574 admissões e 16.581
desligamentos, um saldo de 4.993 empregos. Foram registrados 9.043
estabelecimentos contratantes e 107 empregados que celebraram mais de um
contrato em regime de tempo parcial.
Do ponto de vista das
atividades econômicas, o saldo de emprego em regime de tempo parcial
distribuiu-se por serviços (+3.850 postos), comércio (+1.044 postos), indústria
geral (+67 postos), construção (+38 postos) e agropecuária (-6 postos). O saldo de emprego em regime
de tempo parcial ficou assim distribuído por setor: serviços (5.615 postos),
indústria geral (2.286 postos), comércio (1.167 postos), construção (241
postos) e agropecuária (209 postos). Em março de 2022, houve ainda
22.440 desligamentos mediante acordo entre empregador e empregado, conforme
regras na Reforma Trabalhista. Essas demissões envolveram 14.963
estabelecimentos, em um universo de 13.881 empresas. Houve 44 empregados que
realizaram mais de um desligamento mediante acordo com o empregador, informou o
Ministério do Trabalho e Previdência.