ALÉM DE LULA, FORAM INDICIADOS TAMBÉM O
EX-MINISTRO ANTONIO PALOCCI, O PRESIDENTE DO INSTITUTO, PAULO OKAMOTTO, E O
EX-PRESIDENTE DA EMPREITEIRA, MARCELO ODEBRECHT. FOTO: MARLENE BERGAMO/FOLHAPRESS
A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Lula na última
terça-feira, 23, pelo crime de corrupção passiva e lavagem de
dinheiro, referentes a doações feitas pela Odebrecht ao Instituto Lula.
Segundo o delegado do caso, Dante Pegoraro Lemos, verbas transferidas pela
empreiteira declaradas como “doações” teriam sido descontadas de uma conta
corrente informal de propinas.
De acordo com O Globo, além
de Lula, foram indiciados também o ex-ministro Antonio Palocci, e o presidente
do Instituto, Paulo Okamotto, por corrupção
e lavagem de dinheiro, e o ex-presidente da empreiteira, Marcelo
Odebrecht, por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Entre
os indícios apresentados pelo delegado, está um e-mail trocado entre Marcelo e
outros executivos da empresa. Na mensagem, o ex-presidente da
empresa afirma que o “Italiano”, codinome de Palocci, teria
afirmado que o Japonês, referência a Okamoto, iria procurar o executivo da
Odebrecht Hilberto Mascarenhas, para um
“apoio formal ao Instituto”, no valor de R$ 4 milhões. Em nota, a defesa do ex-presidente afirmou que “o
indiciamento é parte do Lawfare promovido pela Lava Jato de Curitiba contra o
ex-presidente Lula”. “As
doações ao Instituto Lula foram formais, de origem identificada e sem qualquer
contrapartida.
À época das doações Lula sequer era agente público e o
beneficiário foi o Instituto Lula, instituição que tem por objetivo a
preservação de objetos que integram o patrimônio cultural brasileiro e que não
se confunde com a pessoa física do ex-presidente” afirmou o advogado de Lula,
Cristiano Zanin. Procurado pelo Globo, o
advogado que defende Paulo Okamotto, Fernando Fernandes, afirmou que seu
cliente foi absolvido de uma acusação semelhante. “O delegado transparece que
deseja recriar casos. Do relatório fica claro que todas as palestras foram
periciadas e existiram. As doações ao Instituto Lula foram pelas
mesmas empresas que doaram a instituto de outros ex-presidentes.
Okamotto realiza um trabalho fundamental para preservação da memória e do
acervo que o Instituto Lula cuida”, afirmou.
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