O alto poder aquisitivo e a proximidade
com o poder fazem de Brasília um movimentado mercado de prostituição de luxo.
Políticos, empresários e lobistas que passam pela capital federal e se
interessam pelo serviço seguem um ritual discreto para viabilizar os encontros
com as profissionais do sexo. O texto acima abre uma matéria do portal de
notícias na internet da Rede Record – o R7 – e movimenta desde as primeiras
horas da manhã o cenário político do país. No que diz respeito ao Rio Grande do
Norte, um detalhe. Uma das garotas de programa entrevistadas revelou que
manteve por quatro meses um caso com um político potiguar. ”A garota de
programa já teve um caso de quatro meses com um político do Rio Grande do Norte,
mas disse que nunca recebeu o pedido para tirar o seu perfil nos sites da
internet”, informa a notícia, sem dar pistas de quem seja, mas criando
suspeitas sobre os poucos políticos potiguares que trabalham toda semana em
Brasília. Afinal, são apenas três senadores e oito deputados federais, dos
quais, duas são mulheres. ”Toda a negociação é conduzida por assessores,
que encontram as garotas em sites especializados na internet, semelhantes
aquele em que Elize Matsunaga, a ex-prostituta que confessou ter matado e
esquartejado o marido, anunciava ser uma ‘loirinha carinhosa’”, continua a
matéria, que foi lida esta manhã por praticamente toda a classe política
potiguar.
De acordo com a publicação, são os
próprios assessores que buscam as garotas de programa em casa e ficam
responsáveis pelo pagamento. Para os encontros, o local preferido dos que moram
ou passam parte da semana em Brasília são os flats ou apartamentos pessoais,
muitas vezes funcionais. No caso dos flats, as meninas costumam deixar as bolsas
na recepção, já que os clientes temem ser filmados por câmeras ou celulares.
De acordo com Flávia (nome fictício), a orientação de não levar bolsa é
dada assim que chegam ao local combinado. A profissional de 22 anos prefere os
políticos porque eles pagam cachês maiores. “Alguns pagam mensalmente as
garotas, dão presentes, viagens e pedem até para que elas saiam do site para
aumentar a discrição, ou por ciúme mesmo”, revela a mulher. De modo geral,
as garotas ganham de R$ 200 a R$ 400 por hora, dependendo do lugar do encontro.
Mas esse valor pode chegar até a mais de R$ 2.000, incluindo as gorjetas. Uma
das garotas, Luna Minitop, de 32 anos, disse que cobra R$ 250 por uma hora e
meia, se atender em casa, e R$ 400 se o programa for em hotéis. Com a faculdade
de psicologia trancada, trabalha como prostituta desde 2009 e atende políticos
e assessores. Luna Minitop se descreve da seguinte forma: “Sou uma linda
morena 1,55 e 56 kg, pele macia e bronzeada!!! Faço uma ótima massagem
relaxante, beijo na boca e sou muito carinhosa!!! Meu programa é completo,
anal, oral, vaginal e inversão de papéis Atendimento com local agradável,
seguro e discreto, e hoteis 24h”.
Ela diz que geralmente os políticos não
se identificam quando marcam o encontro. Elas só ficam sabendo quem é o cliente
quando chegam à suíte do hotel ou flat. “Às vezes quando dizem o endereço, o
número da quadra, a gente já sabe que é político”, afirma, se referindo às
quadras onde ficam os apartamentos funcionais dos políticos que moram em
Brasília. Luna, porém, prefere receber os clientes em casa, um apartamento em
um prédio sem porteiro na Asa Norte, bairro nobre de Brasília. A garota de
programa já teve um caso de quatro meses com um político do RN, mas disse que
nunca recebeu o pedido para tirar o seu perfil nos sites. “Nunca apareceu
ninguém querendo pagar R$ 27 mil para tirar minhas fotos do ar”, afirmou,
explicando que os “27 mil” são uma referência ao que o empresário da Yoki
assassinado pela mulher, teria pago por mês à amante, garota de programa, para
que ela retirasse as fotos do site de acompanhantes. Luna Minitop está em
sites especializados porque considera que eles funcionam como vitrine para os
clientes. E, desde o ano passado, possui também um blog pessoal. A ideia do
blog surgiu quando Luna percebeu que essa era uma forma de aumentar o número e
o “nível” dos clientes. Em Natal, também há sites especializados. Mas ainda não
houve uma garota que revelasse se mantém casos com políticos locais.