
A licença maternidade de 180 dias, já praticada por empresas
públicas e algumas privadas, está mais perto de ser uma realidade para todas as
mulheres. Foi aprovado, nesta quarta-feira, 4, na Comissão de Assuntos Sociais
(CAS) do Senado, o Projeto de Lei do Senado (PLS) 72/2017, que amplia o prazo
da licença-maternidade de 120 para 180 dias.
O texto, de autoria da senadora Rose de Freitas
(MDB-ES), também permite ao pai acompanhar a mãe do bebê em consultas e exames
durante a gravidez. Como foi aprovado em caráter terminativo, caso não haja
recurso para que a proposta seja analisada pelo plenário do Senado, o texto
seguirá direto para a Câmara dos Deputados. “É uma medida que estimula a paternidade
responsável, inserindo o genitor, desde os primeiros momentos, na rotina de
cuidados com o seu filho que irá nascer”, disse o relator da proposta, Paulo
Paim (PT-RS). Sobre a extensão da licença maternidade, o relator
indicou dados da Sociedade Brasileira de Pediatria, mostrando que bebês que
ficam seis meses ao lado da mãe têm reduzidas as chances de contrair pneumonia,
desenvolver anemia ou sofrer com crises de diarreia. Segundo o relator, o
Brasil gasta somas altíssimas por ano para atender crianças com doenças que
poderiam ser evitadas, caso a amamentação regular tivesse ocorrido durante os
primeiros meses de vida.
Novidades
Outra proposta mais abrangente sobre o assunto está
em análise na comissão, mas apesar de lida e discutida, ainda não pode ser
votada por falta de quórum. Também da senadora Rose Freitas, o PLS 151/2017
modifica a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para ampliar a
licença-maternidade para 180 dias, permitindo o compartilhamento de 60 dias,
mesmo nos casos de licença-adoção. Na proposta, além de ampliar o tempo da
licença, a senadora sugere o aumento no prazo da licença-maternidade, com a possibilidade
de compartilhamento, como estímulo à paternidade responsável.
A proposta ainda prevê a concessão de
licença-maternidade em dobro, no caso de filho com deficiência ou com
necessidade especial, com previsão de compartilhamento por até a metade do prazo,
com o cônjuge ou companheiro, de forma alternada. O senador Jorge Viana (PT-AC), relator da proposta,
apresentou um substitutivo ao projeto, favorável ao compartilhamento dos
cuidados da criança nos primeiros meses de vida. Para o senador, cabe aos
pais, em conjunto, decidir quem está mais apto, nos primeiros meses de vida do
bebê, a ficar afastado de seu posto de trabalho, a fim de ministrar os cuidados
necessários ao bem-estar da criança, e quem, no mesmo período, está em melhores
condições de permanecer trabalhando.